terça-feira, 1 de outubro de 2013

O RETRATO


O RETRATO

 

 

Há quatro anos, depois de ter vivido outros quarenta , numa  entrega apaixonada e generosa às coisas da terra e à nossa memória coletiva, fui  impelido, por dever de consciência, para ser candidato nas eleições locais . Não me moviam antipatias pessoais contra os eleitos, nem motivações de ordem ideológica contra a força politica que é desde sempre  aqui maioritária, mas , tão somente, acreditava  que a minha equipa podia valorizar mais o passado no presente,  reforçando a  nossa identidade e coesão social e, com os meios  excecionais de que o município vem a dispor por via da derrama, importava  trabalharmos na diversificação económica e num desenvolvimento sustentado, salvaguardando o bem estar  das populações no futuro.

Mas, então, aqueles que foram chamados a escolher , democrática e  claramente, optaram pela continuidade, negando a mudança que propúnhamos  . Não sei  se falámos baixo , se não  nos exprimimos bem,  ou tendo sido entendidos, se foram recusadas as ideias e as propostas que a minha equipa  avançava por imprestáveis.

Agora, decorrido o mandato em que fui empossado e realizadas novas eleições, saio de cena.

E vem isto a propósito , destes últimos quatro anos , representarem um fronteira na minha vida, uma linha que separa, de forma vincada, o antes do depois. A era do coração, da era da razão. Por isso, do tempo já vivido , vou guardando  numa caixa ,  emoções, recortes de papeis, sons e imagens, notas de sorrisos e rancores  que cautelosamente arrumo como um bem maior. E foi neste trabalho de organização das memórias que encontrei este  vídeo de 2009, um   retrato de como era então consumida  a minha vida , semana a semana.
https://www.facebook.com/photo.php?v=101080249903442